O líder do PSD defendeu esta manhã que existem agora "diferenças marcadas" entre PSD e PS para os eleitores escolherem nas eleições de março e garantiu que o seu partido não fica à espera da disponibilidade dos socialistas para acordos de regime.
"Ainda bem que há duas opções e que elas são tão marcadas neste momento, porque é a melhor maneira de os eleitores poderem escolher", afirmou Luís Montenegro em Estarreja.
O líder do PSD falava pouco tempo depois de Pedro Passos Coelho ter prestado declarações a acusar António Costa de comportamento “indecente e má figura”, que levaram à demissão. Ao contrário de Passos, de quem foi próximo (era presidente da bancada parlamentar), Montenegro não falou de Costa, mas de Pedro Nuno.
“Há um PSD interessado em ter uma economia pujante, em criar riqueza e em contar com todos para a prestação dos serviços públicos que as pessoas necessitam”, disse o líder do PSD. E “há depois uma visão estatizante, comunista, socialista, e bloquista que é protagonizada pelo atual secretário-geral do PS”, o recém-eleito Pedro Nuno.
Instado a comentar as palavras de Passos Coelho, Luís Montenegro respondeu que elas “estimulam-nos para o futuro”, para “termos um projeto mobilizador, transformador, para conquistarmos autoridade política e moral para conduzir a governação”.
Montenegro falava aos jornalistas após visitar o mercado de Estarreja no périplo que está a fazer pelo distrito de Aveiro, no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal".
Sobre um entendimento dos dois maiores partidos "em matérias essenciais", Luís Montenegro disse que "é sempre possível haver diálogo político entre todos os partidos, em especial aqueles que têm a responsabilidade de liderar governos".
"Tivemos sempre essa disponibilidade e incitei o Partido Socialista a poder fazer isso, nomeadamente a concordar connosco quanto a um regime fiscal para os jovens que lhes dê a possibilidade de pagar menos impostos nos primeiros anos de atividade profissional", exemplificou.
Montenegro salientou ainda que "disse ao PS que a subsistência do Serviço Nacional de Saúde implica um pacto nacional entre os setores, público, privado e social, e de preferência também com agentes políticos".
"Já me disponibilizei para colaborar, mas tem que ser sem amarras ideológicas", declarou, admitindo que "será difícil encontrar pontes de consenso" com o atual PS que diz ter mudado de posicionamento político.
"Foi o PS que se juntou ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista e que andou a nacionalizar operações nos transportes e a nacionalizar a companhia aérea com todos os custos que nós sabemos", criticou.
Na leitura de Luís Montenegro, foi o PS que "se orientou mais para a extrema-esquerda do espetro político, juntando-se com partidos que têm uma visão coletivista e estatizante" para o país.