Crise política

Fernando Medina defende que é "essencial uma clarificação o mais rápido possível" sobre processo a António Costa

Medina revelou o apoio público à candidatura de José Luís Carneiro esta sexta-feira. Numa declaração sobre a situação do PS, acabou a dizer que espera que haja um “esclarecimento muitíssimo rápido” sobre o processo que levou à queda do executivo

Fernando Medina
TIAGO PETINGA

À saída de uma conferência esta sexta-feira de manhã, Fernando Medina quis falar aos jornalistas não na pele de ministro, mas enquanto militante socialista, apesar de os dois papéis se confundirem, para fazer duas coisas: revelar publicamente o seu apoio à candidatura de José Luís Carneiro e para pedir à justiça que se apresse em relação ao primeiro-ministro.

“Partilho com milhões de portugueses a expectativa de um esclarecimento muitíssimo rápido de toda a situação que abrange os envolvidos nesta operação e em particular - e aquilo que me parece essencial - uma clarificação o mais rápido possível daquilo que ficou escrito num parágrafo da PGR sobre o primeiro-ministro”, disse aos jornalistas.

Questionado sobre o processo e sobre a atuação do Ministério Público, refreou nas críticas: “Não quero fazer declarações sobre a atuação do Ministério Público até porque sou membro do Governo”, frisou. Antes, tinha dito que tinha ficado “surpreendido com a situação, ainda mais com a forma como tudo se tem desenrolado”. “Estou supreso, é um momento difícil e ambiciono que haja informações mais rápido possível por parte das autoridades judiciais”, insistiu.

O seu objetivo, nestas respostas aos jornalistas, era manifestar o apoio a José Luís Carneiro, tal como o Expresso tinha noticiado na quarta-feira. “O José Luís Carneiro é o candidato que se apresenta com uma visão mais próxima de continuidade do atual executivo, de contas certas, de redução da dívida, que consistentemente tem partilhado desse objetivo e desígnio que consideram da maior importância ia do pais, neste contexto de instabilidade internacional”, disse.

Como o Expresso escreveu esta sexta-feira, Medina fica assim na reserva, apoiando o candidato que considera ser “de continuidade”. Quando questionado sobre Pedro Nuno Santos, Medina diz que conhece os dois candidatos há largos anos e que trabalhou “muito bem com os candidatos”, mas que faz a sua escolha. Depois, logo se vê. Diz estar “com uma tranquilidade grande que estas eleições decorrerão com elevação, discussão de ideias e culminarão num novo líder que prosseguirá o trabalho de união do partido”, disse.