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Crise política

José Luís Carneiro promete “comunicar com todos e ouvir todos”: primeiro candidato à liderança do PS traz “humildade” e “ambição”

O dirigente socialista e atual ministro da Admistração Interna avança com “espírito de firmeza”, garantindo que os adversários internos à liderança do PS podem contar com um “camarada fraterno e disponível para o engrandecimento do projeto político comum”

ESTELA SILVA

Eis o primeiro candidato a anunciar publicamente a decisão de entrar na corrida eleitoral para suceder a António Costa no cargo de secretário-geral do PS. José Luís Carneiro formalizou este sábado, em Coimbra, aquilo que já se sabia: vai disputar as eleições diretas socialistas.

O atual ministro da Administração Interna demonstrou “humildade” mas também “ambição”, apontando já para o “objetivo de ganhar as eleições legislativas”. Antes disso, o dirigente socialista terá de superar a concorrência interna, garantindo que os futuros adversários podem contar com um “camarada fraterno e disponível para o engrandecimento do projeto político comum, quaisquer que possam ser as diferenças de opinião”.

O dirigente socialista, natural de Baião, apresentou-se, perante os apoiantes, como “um democrata que acredita na legitimidade das diferenças, no valor do pluralismo político e no respeito devido aos adversários”.

José Luís Carneiro mostrou-se “consciente da grandeza do desafio e da magnitude dos problemas com que o país está confrontado”. Nesse sentido, o dirigente socialista, de 52 anos, avança para “dar resposta às necessidades do país”, rejeitando “retóricas inúteis” e “voluntarismos inconsequentes”. Com os “pés na terra” e com “disponibilidade para o diálogo”, é assim que Carneiro parte para a corrida à liderança do Partido Socialista. “Comunicar com todos, ouvir todos”, sintetiza.

“Candidato-me porque acredito na vitalidade essencial do projeto político e programático apresentado pelo PS aos portugueses”, afirmou José Luís Carneiro, para quem será, no entanto, “apresentar um ambicioso programa de reformas, pelo rejuvenescimento das instituições democráticas”.

O seu projeto de liderança, assegura, insere-se “na melhor tradição do PS”. José Luís Carneiro fez questão, durante o discurso de seis minutos, de prestar uma “sincera homenagem” a António Costa, a quem agradeceu a confiança depositada, destacando o “legado político de uma vida integralmente devotada ao ideário do Partido Socialista e centrada na realização do interesse nacional”.