Crise política

Eleições a 10 de março: as cinco razões de Marcelo (e mais uma)

Presidente decidiu sozinho e anunciou eleições antecipadas para 10 de março. Aqui resumimos as cinco razões invocadas pelo Presidente (e uma extra)

TIAGO MIRANDA

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa apontou com cinco motivos para avançar para eleições legislativas a 10 de março do próximo ano, só decidindo a exoneração da Assembleia da República em dezembro, depois de aprovado o Orçamento do Estado. E apontou para uma outra razão para não fazer as eleições mais rapidamente.

  1. “A natureza do voto nas eleições de 2022”: essas eleições foram “personalizadas no primeiro-ministro”, como logo Marcelo fez questão de dizer na tomada de posse. “O preço das grandes vitórias inevitavelmente pessoais e intencionalmente personalizadas”, lembrou agora o Presidente da República. Logo, sem António Costa, que se demitiu, não faz sentido manter o Governo.
  2. “A fraqueza de formação do mesmo governo com outro primeiro-ministro, não legitimado pelo voto popular”, apontou Marcelo.
  3. “O risco, já verificado no passado, de essa fraqueza redundar num mero adiamento da dissolução para pior momento”, continuou o Chefe de Estado.
  4. A necessidade de aprovação do OE, que Marcelo continua uma “garantia da indispensável estabilidade económica e social”. Por isso, o Presidente espera pela votação do Orçamento do Estado para 2024, agendada para 29 de novembro, “antes mesmo de ser formalizada a exoneração em inícios de dezembro”.
  5. O ajustamento da população: “Maior clareza e mais vigoroso rumo para superar um vazio inesperado, que surpreendeu e perturbou tantos portugueses, afeiçoados aos oito anos de governação socialista, devolvendo a palavra ao povo sem dramatizações, nem temores. É essa a formação da democracia”

Há um outro ponto que determina o prazo, segundo Marcelo: “Se não foi possível tornar mais breve, tem a ver com processo de substituição no partido de governo”. O PS terá de ir para eleições para escolher o novo secretário-geral.