O Presidente da República considerou esta domingo que a situação da saúde em Portugal é "muito difícil" que "os caminhos para sair dela são cada vez mais apertados" e obrigam a "decisões de fundo muito difíceis".
"A situação é muito difícil, complica-se com o tempo, e as hipóteses, os caminhos para sair dela são cada vez mais apertados, mas têm de ser seguidos", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas durante a Festa do Livro no Palácio de Belém, em Lisboa, voltou a remeter para "a seguir às autárquicas" de 12 de outubro a sua análise sobre esta matéria, referindo que está "a somar dados" e a "ganhar perspetiva".
O chefe de Estado adiantou, no entanto, que considera que os "grandes problemas" do setor da saúde "não são muitos, são poucos, mas fundamentais", e "ou se resolvem esses grandes problemas ou o resto depois acontece".
Interrogado sobre uma notícia sobre o nascimento de um bebé numa ambulância, o Presidente da República comentou: "Quando vejo estas notícias e outras, digo que, havendo por resolver aqueles grandes problemas, podem acontecer estes factos com muita frequência".
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a situação do setor "obriga a decisões de fundo muito difíceis" e, questionado se há falta coragem política, contrapôs: "Não é um problema de coragem política, é um problema de dificuldade da situação".
Nesta ocasião, o chefe de Estado nunca se referiu à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, nem ao Governo PSD/CDS-PP.
Confrontado com críticas por não falar mais cedo da situação do setor, justificou a sua opção: "Eu estou a somar dados, por um lado. E, por outro lado, a ganhar perspetiva, para ver se aquilo que eu penso, que é o meu ponto de vista, tem justificação ou não. Daqui a mais uma semana ou duas tenho mais razões para achar que tenho justificação".
Interrogado se os dados conhecidos não são suficientes, o Presidente da República respondeu: "Para o tipo de análise que eu quero fazer, ainda não".
"Eu direi daqui por duas semanas, já não falta muito tempo, o que é que eu vejo que são os grandes problemas da saúde em Portugal", reiterou, prometendo dizer o que pensa "da saúde como um todo em Portugal" e "quais são os dois ou três principais problemas que tem".