O PS recusou hoje integrar a comissão criada pelo Governo para os 50 anos do 25 de Novembro por considerar que "pretende reescrever a história" ocultando o "papel central" de Mário Soares e do PS, anunciando um programa próprio.
Em conferência de imprensa no parlamento, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, considerou que o 25 de Novembro "não pode ser separado" do 25 de Abril e que, as suas celebrações, deveriam acontecer no quadro da Comissão Nacional para a celebração do 50º aniversário do 25 de abril de 1974.
"É por isso que o Partido Socialista não pode acompanhar esta resolução do Conselho de Ministros, nem esta comissão que separa o 25 de novembro do 25 de abril de 1974 e fá-lo não só porque oculta o papel central de Mário Soares e do Partido Socialista, mas fá-lo também porque, em grande medida, pretende reescrever a história e pretende criar uma narrativa de confrontação e polarização que não encontrará no Partido Socialista resposta", criticou.
Eurico Brilhante Dias anunciou ainda que o "PS invocará o 25 de novembro com um programa próprio" e que o partido é o "grande vencedor civil" dessa data.
O tenente-general Alípio Tomé Pinto vai presidir à comissão criada pelo Governo para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, adiantou à Lusa a semana passada o Ministério da Defesa Nacional.
Em 28 de agosto, o Governo, reunido em Conselho de Ministros, aprovou a criação de uma comissão para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975.