À hora a que, esta terça-feira, André Ventura falava perante os jornalistas, na sede do Chega, para anunciar que seria candidato a Presidente da República, Luís Marques Mendes reunia pela primeira vez a comissão política da sua candidatura num hotel em Lisboa. A coincidência de timing levaria alguns membros daquele órgão a recearem o mood que iriam encontrar, antecipando desconforto com a ideia de haver mais um candidato do espetro político da direita e logo um candidato com tamanho potencial para baralhar as contas. Segundo relatos feitos ao Expresso, contudo, não foi esse o espírito que encontraram. A estratégia foi a de mudar a premissa com que se olha para o tabuleiro de jogo: e se o avanço de Ventura tirar uma fatia considerável de votos a Gouveia e Melo, que sempre apareceu como favorito nas sondagens, e isso nivelar as quatro ‘principais’ candidaturas no mesmo patamar? E se a segunda volta for mesmo entre um candidato do sistema e um antissistema: quem chega lá?