Mandam as regras da etiqueta que a quantidade de vinho num copo se mantenha moderada. A experiência do sabor assim o exige. No entanto, é normal que uma certa gula nos faça desejar que essa medida seja superada, arregalando os olhos ao copo que se enche. A quantidade importa no usufruto do prazer e quando a qualidade nos impele a beber mais, ansiando o copo que se enche, se o vinho transborda, o incómodo toca tanto quem serve como quem é servido, desperdiçando-se o néctar e o prazer de o provar. Nos nossos dias, é este excesso que afeta jogadores, treinadores e adeptos de futebol, no momento em que nunca houve tanto futebol para consumir que a sensação é já de enfartamento.
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Demasiado futebol matará o futebol? (um ensaio sobre o cansaço das estrelas)
O calendário cada vez mais frenético está a deixar os jogadores esgotados e os treinadores insatisfeitos