Política

Miguel Albuquerque tem certeza que foi "fogo posto", e enaltece salvaguarda de vidas e casas

O presidente do Governo regional da Madeira rechaça os críticos dizendo que “do ponto de vista político pode-se dizer tudo” e explica que a estratégia prioritária é proteger as populações e as zonas urbanas

Miguel Albuquerque
Homem de Gouveia/Lusa

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, afirmou de forma taxativa, na tarde deste domingo, que o fogo que continua a devastar a ilha em três frentes ativas, foi causado por mão criminosa: “É um fogo muito perigoso e não tenho dúvida nenhuma que derivou de fogo posto, em meio inacessível, num período em que o meio aéreo não podia atuar”, afirmou o responsável numa conferência de imprensa em que sublinhou várias vezes que não havia vítimas, nem casas ou infraestruturas críticas ardidas.

“Até agora não houve qualquer vítima a lamentar”, destacou o governante regional, “não há qualquer habitação consumida pelo fogo, nem infraestruturas essenciais”, disse aos jornalistas, explicando qual é a estratégia subjacente ao combate a estes fogos: “Colocar os corpos de intervenção em pontos estratégicos para a salvaguarda das zonas urbanas, das pessoas e bens.”

Confrontado com as críticas da “frente política”, Miguel Albuquerque referiu que, “do ponto de vista político pode-se dizer tudo” e avançou com o seu ponto de vista: “É importante perceber que, nestas situações, o essencial não é haver algumas áreas de mato arder. Não vamos apagar fogo em 500 metros de escarpa e orografia abrupta. Temos de tentar acompanhar a evolução dos ventos e do fogo e colocar os meios de forma a proteger as possibilidades de o fogo atingir as zonas urbanas.”

Com 160 pessoas evacuadas e “alojadas por precaução” em vários pavilhões e instituições, Miguel Albuquerque ressalvou que não iam ser realojadas para já, “sobretudo para evitar a inalação de fumo, o que poderia pôr em causa a saúde das pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças”. O presidente do Governo Regional disse ainda que, “depois da passagem do fogo, será preciso fazer a limpeza das escarpas, para minimizar eventuais derrocadas que ocorrem depois do fogo”.

No momento da conferência de imprensa, estavam ativas três frente de fogo, embora as previsões fossem favoráveis, de baixa das temperaturas e da intensidade do vento: na Serra d’Água, na zona alta a norte da Estalagem da Encumeada e no Pulo da Serra.

No combate às chamas estavam 195 bombeiros madeirense, mais os 75 chegados do continente, esperando-se mais 15 açorianos ao fim da noite deste domingo. Miguel Albuquerque fez questão de explicar que “é fundamental perceber que a utilização dos corpos de bombeiros é 8 horas”, para se fazer a rotatividade dos operacionais, pelo que a força nunca é utilizada na totalidade.