A campanha eleitoral pode estar marcada para final de fevereiro, mas dentro dos partidos está assumido que a corrida às legislativas já arrancou. À esquerda, esse arranque é mais notório, com Bloco de Esquerda e PCP a marcarem já “grandes comícios”, esta semana e na próxima, para medir o pulso ao eleitorado. Depois de a investigação que derrubou o Governo criar uma “crise de confiança”, os bloquistas acreditam que a resposta está em “políticas claras” em áreas como a Habitação, a Saúde e a Educação. Sobre eventuais entendimentos pós-eleitorais à esquerda, todos os envolvidos mantêm-se em silêncio. Contudo, dentro do Bloco, abre-se a porta a uma “clarificação” ainda antes da ida às urnas.
Tanto Mariana Mortágua como Paulo Raimundo têm sido pressionados a relevar se dariam luz verde a um novo acordo à esquerda, mas sem sucesso. O Bloco atira as respostas para depois de o PS escolher o líder e o PCP insiste no reforço isolado do partido. No núcleo bloquista reconhece-se que é “normal” o pedido de “clarificação” e que o silêncio não poderá durar até ao final da campanha. “Em algum momento terá de se discutir o que significa para a esquerda impedir que a direita faça Governo”, disse ao Expresso fonte próxima da direção do partido.