Quando o CEO da Meta, então Facebook, se sentou durante cinco horas no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) para responder sobre o envolvimento da sua empresa no escândalo da consultora Cambridge Analytica, decerto não imaginou que também teria que explicar aos senadores como funciona a rede social. Orrin Hatch, senador do Utah, em 2018 com 84 anos, indagou Mark Zuckerberg quanto ao objetivo de o seu serviço manter sempre uma versão grátis. O empresário — na altura com 33 anos — confirma. O senador continua: “Como é que planeia sustentar um modelo de negócio em que os utilizadores não pagam pelo seu serviço?” “Senador... Nós publicamos anúncios”, responde Zuckerberg, com um sorriso controlado.
O instituto norte-americano Pew Research Center analisou a idade dos líderes mundiais e concluiu que a maioria é significativamente mais velha que a idade média da população do país que governa. Joe Biden, o Presidente norte-americano mais velho de sempre, já tinha um lugar no Senado antes de o atual cidadão médio dos EUA (pouco mais que 38 anos) nascer. Se 64% da população deste país está abaixo dos 50 anos e se a média de idades dos senadores é de 64,15 anos, existe a preocupação de que uma grande massa da classe política não esteja a par dos assuntos que implicam diretamente as vidas dos seus eleitores mais jovens, como a privacidade na internet ou o clima, embora tenham a responsabilidade de legislar sobre eles. Nikki Haley, candidata republicana à presidência do país que vai a eleições em novembro de 2024, pediu “testes de competência mental” para os políticos com idade superior a 75 anos — o que abarca tanto Donald Trump, de 77 anos, como Joe Biden, de 80. A candidata (de 51 anos) considera que estes políticos “precisam de deixar uma geração mais jovem assumir o controlo”.