Apesar de não fazer parte de nenhum dos debates, a guerra da Ucrânia continua a ser um dos temas que paira sobre esta edição da Festa do Avante. No segundo dia da rentrée comunista, Paulo Raimundo comentou a ida do presidente da República à Ucrânia, depois do PCP ter sido o único partido a mostrar-se contra a visita. “O presidente da República, a partir das opções que tem, fez uma opção de reafirmar todos os caminhos que, no fundo, têm instigado a guerra. Penso que não é isso que serve nem ao povo português, e muito menos ao povo ucraniano e ao povo russo”, disse depois de uma visita à XXIII Bienal de Artes Plásticas do festival. Este “posicionamento” de Marcelo Rebelo de Sousa, para o PCP, contribuiu para um “caminho de mais armas, mais guerra e mais mortes”. O secretário-geral comunista estendeu as críticas a todos os intervenientes da União Europeia e da NATO que não têm “uma palavra sobre a paz”.
Novamente questionado acerca da posição comunista sobre este conflito, Paulo Raimundo repetiu as justificações dadas por todos os elementos do partido. “O PCP tem uma posição pela paz e não pela guerra, pela solidariedade e não pela confrontação”. O líder comunista partilhou ainda a sua convicção de que existe hoje uma “compreensão maior” das pessoas sobre a posição do PCP. Sobre a possível quebra de votos nas próximas eleições, Raimundo desvalorizou a possibilidade. “Quem se empenha na paz não pode pensar que vai sofrer eleitoralmente com isso”, atirou.