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Política

Pedro Nuno e Medina: O futuro do PS jogou-se com "cortesia" na comissão de inquérito à TAP

Pedro Nuno recordou geringonça com saudade e só subtilmente discordou de António Costa. Medina não criticou ex-ministro, só pediu cautela no cantar de galo sobre os bons resultados da TAP. Um segurou Galamba, o outro nem por isso. Assim se jogou o futuro do PS nas duas últimas audições da comissão de inquérito da TAP

TIAGO MIRANDA

Muito os separa. No estilo, na forma, na ideologia, na tensão que se sentiu na sala quando o ministro das Finanças foi ouvido, e que não se sentiu quando foi a vez de Pedro Nuno Santos dar tudo para acautelar o seu regresso político. Mas, na hora H, aqueles que continuam a ser vistos como dois prováveis candidatos à liderança do PS no pós-Costa tiveram um guião alinhado: não se acusaram mutuamente, preferiram elogiar-se, e o ex-ministro só subtilmente discordou do primeiro-ministro com o qual teve assumidas divergências no dossiê da privatização da TAP e do novo aeroporto.

Durante cerca de 7 horas, cada um teve o seu palco e, se Fernando Medina aproveitou para fazer a defesa em toda a linha do Governo nas várias ramificações do dossiê TAP, Pedro Nuno Santos aproveitou para ditar o tom do seu regresso político: “Não sou candidato a nada, sou deputado a partir do dia 4 de julho”, deixou escapar já na reta final da sua audição, na quinta-feira, mostrando que a prestação que acabávamos de ouvir era a prova disso mesmo: depois de seis meses de silêncio está de volta e, apesar de a demissão do Governo o ter deixado ferido, ainda não perdeu a ambição de se candidatar à liderança do PS nos próximos anos.