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Revisão Constitucional: PSD quer, Marcelo pressiona e Costa não exclui

Abrir processo de revisão constitucional não cabe ao Governo nem ao Presidente da República, mas Marcelo pressiona: metadados e lei de emergência sanitária são prioridades urgentes. Precisamente, os mesmos temas que o PS quer ver numa “revisão cirúrgica”. O PSD vai apresentar projeto de alteração à lei fundamental e sugere que contactos com PS estão em marcha

Montenegro e Costa na primeira reunião depois do início de funções do líder do PSD
NUNO FOX

Tudo começou com o partido de André Ventura, que apresentou na Assembleia da República, no início de outubro, um projeto de revisão constitucional com o intuito de chamar os partidos da direita a terreno para entendimentos comuns. Esta quinta-feira, em cima do fim do prazo de 30 dias para responder à chamada, o PSD de Luís Montenegro anunciou que iria a jogo - ainda sem especificar em que termos e com que objetivos - mas tudo indica que aquilo que Ventura queria que fosse o início de um acordo de direita pode vir a ser antes um acordo cirúrgico de bloco central, com o PS a não esconder o interesse de fazer mexidas pontuais na lei fundamental para resolver problemas antigos.

Isso mesmo sugeriu o antigo líder parlamentar de Rui Rio, e atual vice-presidente da Assembleia da República escolhido pelo PSD, Adão Silva, em declarações à TSF: "Está com certeza a acontecer [contactos entre PS e PSD], porque de outra maneira seria um exercício de faz de conta", disse, lembrando que qualquer alteração legislativa à Constituição precisa de uma maioria de dois terços dos deputados, logo, precisa do apoio do Partido Socialista. PS e PSD são, aliás, ao mesmo tempo necessários e suficientes para uma revisão constitucional.