À semelhança do que está a ser feito em todos os Estados-membros da União Europeia, e na semana em que Espanha aprovou, em Conselho de Ministros, um pacote agressivo de poupança de energia para fazer face a uma possível situação de carência energética, Portugal vai também adoptar medidas de caráter obrigatório para fazer a sua parte no cumprimento das metas acordadas em Bruxelas. As medidas, apurou o Expresso, terão impacto não só ao nível dos serviços da Administração Pública, como também nas empresas, comércio, serviços, hotelaria na indústria e nos consumidores individuais.
Para isso, o Governo solicitou nos últimos dias à Agência para a Energia (ADENE) a preparação de um "plano de poupança de energia e eficiência hídrica" com medidas detalhadas, metas, objetivos e respetivo impacto, de forma a Portugal cumprir a sua parte do acordo alcançado há uma semana em Bruxelas. Ao Expresso, Nelson Lage, presidente da Agência para a Energia, confirma que o objetivo é ter o plano pronto a apresentar ao Governo nas próximas "duas ou três semanas", podendo haver medidas de poupança de energia que terão um caráter provisório, à semelhança do que acontece no plano espanhol que tem uma abrangência balizada no tempo (até novembro de 2023), e outras que poderão ser permanentes. Isto é, viradas para a poupança permanente.