Sandra Perdigão Neves, a gestora do SIRESP, SA, que foi afastada do cargo na passada sexta-feira — quando o Expresso noticiou que escrevera a Francisca Van Dunem acusando o Ministério da Administração Interna (MAI) de favorecer a Motorola num concurso —, impugnou juridicamente a convocatória urgente da assembleia-geral que a substituiu por um oficial do Exército. O novo presidente da empresa que gere o sistema de comunicações e emergência das forças de segurança, bombeiros e proteção civil, será o brigadeiro-general Paulo Viegas Nunes, especialista em comunicações, que terá a missão de materializar o concurso público superior a €100 milhões e que estava a ser motivo de uma guerra entre Sandra Perdigão Neves e a tutela do MAI.
O militar, no entanto, ainda não se apresentou nas instalações da empresa, por causa da impugnação, soube o Expresso, onde a gestora exonerada continua a comparecer. Perdigão Neves invocou um artigo do estatuto dos gestores públicos que os protege de exonerações quando o Governo cai ou quando a Assembleia é dissolvida, a não ser que entre outras exceções que não se aplicam, haja “urgência”. A substituição foi feita cinco dias antes de o novo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ser nomeado (não foi possível obter uma reação do novo ministro a este assunto). O mandato tinha acabado a 31 de dezembro.