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Política

Contratação de ex-deputada do PAN faz cair mais um vereador do Chega

Luís Forinho classifica como “vergonhosa, ridícula e descabida” a contratação de Cristina Rodrigues para coordenadora jurídica do gabinete parlamentar do Chega. Pedro Frazão, vice-presidente do partido, garante que a contratação é “meramente técnica”, não tendo a antiga deputada “qualquer função política”. Certo é que numa semana foram vários os dirigentes que bateram com a porta, incluindo autarcas e pelo menos três vice-presidentes de distritais

A contratação de Cristina Rodrigues como coordenadora jurídica do gabinete parlamentar do Chega provocou uma onda de choque e uma vaga de demissões no partido de André Ventura. A deputada eleita pelo PAN, que passou a não-inscrita oito meses após as eleições legislativas de 2019, opõe-se às touradas, defende a despenalização da canábis e do aborto e assume-se como feminista. Ou seja, o exato oposto das bandeiras do Chega. Aliás, Rita Matias, a única mulher entre os 12 deputados eleitos, diz-se mesmo antifeminista.

Uma das baixas mais significativas, porque equivale a uma diminuição da representação autárquica do partido, será a do vereador do Entroncamento. “O Chega está a ser a maior desilusão política da nossa nação”, afirma Luís Forinho ao Expresso, considerando que esta contratação “vai contra todos os princípios ideológicos do partido”. De resto, a concelhia “não se revê absolutamente nada” nesta contratação, que o vereador classifica como “vergonhosa, ridícula e descabida”. Com Forinho estão a presidente da concelhia, Isabel Sousa, e os três deputados eleitos para a Assembleia Municipal.