A contratação de Cristina Rodrigues como coordenadora jurídica do gabinete parlamentar do Chega provocou uma onda de choque e uma vaga de demissões no partido de André Ventura. A deputada eleita pelo PAN, que passou a não-inscrita oito meses após as eleições legislativas de 2019, opõe-se às touradas, defende a despenalização da canábis e do aborto e assume-se como feminista. Ou seja, o exato oposto das bandeiras do Chega. Aliás, Rita Matias, a única mulher entre os 12 deputados eleitos, diz-se mesmo antifeminista.
Uma das baixas mais significativas, porque equivale a uma diminuição da representação autárquica do partido, será a do vereador do Entroncamento. “O Chega está a ser a maior desilusão política da nossa nação”, afirma Luís Forinho ao Expresso, considerando que esta contratação “vai contra todos os princípios ideológicos do partido”. De resto, a concelhia “não se revê absolutamente nada” nesta contratação, que o vereador classifica como “vergonhosa, ridícula e descabida”. Com Forinho estão a presidente da concelhia, Isabel Sousa, e os três deputados eleitos para a Assembleia Municipal.