O primeiro-ministro regressa na terça-feira ao Parlamento, no âmbito da preparação do Conselho Europeu, de 24 e 25 de março. Mais de três meses depois, António Costa volta a estar presente num debate da Comissão Permanente, após a dissolução da Assembleia da República (AR), mas agora num contexto internacional bem diferente.
Com o início da guerra na Ucrânia, as consequências económicas do conflito tornam-se imprevisíveis, a necessidade de reforçar o investimento na defesa uma inevitabilidade, assim como um mais que previsível aumento na despesa nos apoios sociais para responder à chegada de refugiados. “Só uma Europa forte poderá continuar a apoiar a Ucrânia”, defendeu o primeiro-ministro, na sexta-feira, em Roma.
Costa pretende apresentar o novo Orçamento do Estado ainda em abril, mas as mudanças, impostas pelo cenário macroeconómico, serão muitas. Só no último mês, a invasão russa da Ucrânia levou o Governo português a aprovar um regime simplificado para acolher ucranianos e a tomar medidas para minimizar o impacto do conflito nos sectores da energia e da agricultura. E o chefe do Governo tem insistido que a Península Ibérica será um eixo fundamental para a União Europeia (UE) reduzir a dependência energética da Rússia, esperando que do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira possam sair "decisões concretas e imediatamente aplicáveis" face ao aumento de custos da energia.