Política

Marcelo pede "discurso claro" no Infarmed sobre arranque do ano letivo (e deixa uma resposta aos negacionistas)

"É muito importante no início do ano letivo que as pessoas saibam como vai ser", avisou o Presidente da República, deixando a partir de Roma um pedido para a reunião no Infarmed da próxima quinta-feira: "Que haja um discurso claro". Sobre os negacionistas que agrediram verbalmente o Presidente do Parlamento, Marcelo tem uma receita: "A grande resposta é que 85% dos jovens quiseram ser vacinados"

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

"Disse-o sempre, dentro e fora do Infarmed", "os portugueses só pedem uma coisa: que haja um discurso claro". Foi assim que Marcelo Rebelo de Sousa enviou diretamente para Lisboa e a partir de Roma, onde se encontra para a reunião de Chefes de Estado que integram o chamado Grupo de Arraiolos, um recado aos participantes da reunião que na próxima quinta-feira acontecerá no Infarmed para analisar a condução da pandemia quando o ano letivo está prestes a começar.

O Presidente da República pôs especial enfoque no regresso às aulas e na necessidade das pessoas "saberem como vai ser", "sem dramas, com serenidade mas esclarecendo" sobretudo se aparecerem casos de "infetados".

Só um discurso claro, avisou Marcelo, pode continuar a garantir o que classificou de reação "lúcida, serena e massiva dos portugueses" ao longo do último ano e meio. O Presidente agradeceu, aliás, a forma como o país aguentou o embate e disse "ser bom poder dar esse exemplo numa reunião internacional". Referia-se ao encontro de Chefes de Estado a decorrer em Roma e onde a saída da pandemia é um dos temas na agenda.

O Presidente falou de "sabedoria secular dos portugueses" e aproveitou para lembrar os momentos-chave da condução da pandemia em Portugal, que coincidem com momentos em que ele próprio teve uma posição decisiva ao fazer ouvir a sua voz. A saber: "o estado de emergência", depois, "nos meses do inverno", quando a situação se agravou "e foram tomadas medidas e retomado o estado de emergência", e depois quando foi preciso dar o passo de "desconfinar".

Ataques a Ferro: "Os radicais não correspondem ao sentir da maioria"

Questionado sobre os negacionistas que no passado sábado violentaram verbalmente o Presidente da Assembleia da República à saída de um restaurante mesmo em frente ao Parlamento, o Presidente da República começou por legitimar o endosso do assunto às autoridades judiciais - "o que pertence à Justiça pertence à Justiça". A passou a sublinhar que "os radicais não correspondem ao sentir da maioria dos portugueses".

Defendeu, por isso, que "a grande resposta" é "não fazer o jogo das minorias". "Somos uma democracia, existem essas minorias, mas a grande maioria do povo português foi muito clara, uma percentagem esmagadora de jovens aderiu à vacina" e se há posições minoritárias a grande resposta - afirmou Marcelo - é dizer-lhes: "85% dos jovens quis vacinar-se".

Com o negacionismo a afirmar-se em vários países, Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou o facto de Portugal ser um exemplo claro de adesão à vacina contra a Covid 19 e mostrou-se satisfeito por poder levar esse exemplo ao encontro que decorre em Roma hoje e amanhã.