Levantada a imunidade parlamentar para ser constituído arguido, André Ventura compareceu esta segunda-feira no Campus de Justiça, em Lisboa, para ser interrogado sobre um evento da sua campanha presidencial que decorreu em estado de emergência e ao arrepio de um parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS). O jantar-comício, realizado a 17 de janeiro nos arredores de Braga, concentrou cerca de 170 apoiantes em 450 metros quadrados num salão sem ventilação nem distanciamento físico. O presidente do Chega foi interrogado, através de videoconferência, pelo serviço do Ministério Público da comarca de Braga.
À saída, Ventura disse ao Expresso acreditar que “este processo era desnecessário”, tendo-se deslocado para “prestar os esclarecimentos que eram fundamentais”. “Os dados que o procurador questionou foram esclarecidos, o ritmo que a campanha tinha, a forma como foi idealizada e organizada. Penso que ficou claro que não há aqui responsabilidade penal evidente e que o próprio decreto presidencial excecionava os atos de campanha eleitoral”, disse. E acrescentou: “Penso que a justiça reconhecerá isso.”