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“Não vejo razão para turbulência”: ministro da Defesa avisa não esperar “obstáculos” a reforma por parte das chefias

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, falou no fim do Conselho de Ministros que aprovou a reforma do comando superior das Forças Armadas - para aproximar Portugal do modelo dos outros países -, e deixou um recado às chefias militares que têm apresentado reservas e oposição: não há razões para haver turbulência nem para serem criados obstáculos

MÁRIO CRUZ/LUSA

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, acredita que a reforma do comando superior das Forças Armadas aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros obterá um "consenso muito alargado" no Parlamento, e não espera mais resistências por parte dos chefes dos Estados-Maiores dos três ramos, Exército, Marinha e Força Aérea. "Tenho reunido com os chefes com regularidade", explicou o ministro, "fizemos três reuniões do Conselho Superior Militar (CSM), discutimos por três vezes, e creio que a alteração será feita de forma muito fácil, sem dificuldades e obstáculos". Gomes Cravinho, no entanto, não especificou em que medida o Governo aceitou (ou não) as sugestões entregues num memorando pelas chefias na última reunião do CSM, que têm apresentado reservas a uma série de aspetos da reforma.

"Vejo que há turbulência em antigos chefes, mas não vejo isso nos atuais chefes", sublinhou o ministro nas respostas aos jornalistas, quando questionado sobre a turbulência que tem gerado a proposta para a nova arquitetura que concentra os poderes no chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA) em dezenas de oficiais-generais na reforma. "Vejo as Forças Armadas a encarar esta alteração com toda a normalidade e não vejo razão para qualquer turbulência".