António Costa quis falar sobre Jorge Coelho a partir do Largo do Rato, a sede do partido que os uniu, para deixar uma mensagem sentida sobre "o amigo de todos nós, de todas as gerações do PS".
"Os portugueses recordarão o Jorge Coelho como um cidadão dedicado ao seu país, que serviu com grande dignidade o Governo da República, que deixou há 20 anos num momento trágico quando decidiu assumir a responsabilidade política numa tragédia imensa", disse o primeiro-ministro referindo-se à demissão de Jorge Coelho do cargo de ministro das Obras Públicas aquando da queda da ponte de Entre-os-Rios.
Na mensagem sentida, com António Costa a deixar-lhe "um grande abraço" e a prometer uma homenagem quando a pandemia o deixar, o primeiro-ministro salientou por duas vezes a forma como Jorge Coelho simbolizava o sentimento dos socialistas: "Nunca ninguém expressou tão bem a alma do povo socialista como Jorge Coelho", disse.
O que isto quer dizer, nas palavras de António Costa, é que Jorge Coelho tinha a dupla capacidade de estar nos momentos bons e nos menos bons: "Tinha a energia, a força, a capacidade de acção nos momentos mais difíceis, mas de serenidade e bom senso nos momentos de maior exaltação". "Foi sempre um fator de unidade entre todos nós, mesmo nos momentos em que as divisões nos atravessaram".
Essa capacidade de unir vinha do facto de ter "uma intuição extraordinária para o sentimento do cidadão comum e dar expressão à alma socialista", frisou Costa.
"Era o mais querido, um dos mais queridos de todos nós", disse António Costa lembrando ainda a "força da natureza" que, mesmo quando afastado da primeira linha, não deixava de estar próximo. "Foi sempre aquele que seguramente sentiam como sendo o mais próximo de todos nós. Tinha uma relação única com os militantes socialistas", finalizou.