Marcelo Rebelo de Sousa andava há meses a pedir atenção à necessidade de reforçar os apoios sociais a famílias e empresas durante a pandemia e só encontra duas razões para o próprio Governo não ter ido mais longe nesses apoios. Por um lado, o peso das Finanças, sob a tutela do delfim de Mário Centeno, que gere as contas com rédea curta e o olhar atento do seu ex-chefe, a partir do Banco de Portugal; por outro, o facto de António Costa não ter querido ceder a uma 'coligação negativa' saída do Parlamento por perceber que, politicamente, isso seria um ganho para as oposições.
"Isto é política pura e insere-se num clima de luta eleitoral em que cada um quer dizer: eu é que dei mais apoios", eis como este caso é avaliado pelo Presidente. Ao que o Expresso apurou, Marcelo não encontra razoabilidade para o Executivo reagir de forma tão dramática a um reforço dos apoios sociais tão necessário, sobretudo quando as contas públicas têm dado inesperados sinais de saúde.