Quando as intervenções dos especialistas acabaram, Marta Temido passou, como é habitual, a bola ao Presidente da República para abrir o debate. Mas não, Marcelo Rebelo de Sousa desta vez decidiu ficar em silêncio. Depois, a ministra teve a indicação de que afinal era o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que queria falar. Também não. Nem António Costa, que se ouvia a dar indicações, pegou no microfone (virtual). Nenhum dos três altos cargos da nação se pronunciou, depois de ouvirem os especialistas traçarem abordagens para o desconfinamento. No final, entre todos, houve uma sensação de avanço - desta vez há uma base científica com mais critérios para começar já o desconfinamento - e alguma confusão: não há fome que não dê em fartura e agora o Governo tem de fazer a bissetriz entre os diferentes métodos e diferentes indicadores que lhe foram apresentados... e tem três dias para o finalizar.
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O dia em que Marcelo não falou, Costa pouco disse e os especialistas voltaram a dividir-se
O primeiro-ministro tinha pedido um consenso e saiu da reunião do Infarmed com várias abordagens para o desconfinamento (a começar antes da Páscoa), indicadores mais definidos e pressão para testar mais. Marcelo entrou mudo e saiu calado. O PCP também não falou à saída. Nem o vice-almirante Gouveia e Melo, que costumava fazer o ponto da situação das vacinas. Costa falou pouco, e remeteu para quinta-feira. Governo tem três dias para apresentar plano.