Rui Rio é taxativo: "O Governo já deveria ter fechado as escolas". Embora admita que a medida anunciada hoje pelo primeiro-ministro é "positiva", o líder do PSD critica a hesitação do Executivo em tomar esta decisão.
"Não compreendemos porque o Governo não decidiu de imediato encerrar as escolas. Este desgoverno obviamente que não se inspira confiança nas pessoas que a dada altura não sabem o que é correto de fazer. O Governo deve ter um rumo mais certo", afirmou perentório em conferência de imprensa na sede do partido.
Para o líder social-democrata, a resposta do Governo à pandemia não pode continuar nestes moldes, sob o risco de se agravar a situação que já é "grave". Garante ainda que o PSD continuará a apoiar as medidas do Executivo em nome do interesse nacional, mas não poupa farpas: "Há momentos em que é preciso dar um abanão para ver se o Governo entra na linha", atirou.
Entre as críticas está a promessa feita no início da pandemia de que a tutela estaria comprometida em melhorar o ensino à distância. Questionado sobre a reavaliação da medida no final desta quinzena, Rui Rio considera que faz sentido.
"Concordo que se faça um ensaio de 15 dias e depois se avalie. Agora, não se perdia nada se o Governo tivesse trabalhado e tivesse tudo preparado para na segunda-feira as pessoas terem os equipamentos e os professores estarem aptos para darem as aulas à distância. Infelizmente não estão", lamentou.
CDS-PP acusa Governo de estar “completamente desnorteado”
Também o líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, aplaudiu o encerramento das escolas, mas lamentou que a medida não tenha sido tomada há quinze dias. E acusou o Governo de estar "completamente desnorteado".
"O Governo faz agora uma coisa, ora diz o seu contrário, ora é arrogante para fazer o contrário. O positivo é que a decisão é correta, ou seja, está decisão foi aquela que nós já tínhamos pedido. O preocupante é que o Governo parece estar completamente desnorteado nas decisões que toma", afirmou Telmo Correia em declarações aos jornalistas a partir dos Passos Perdidos, no Parlamento.
Embora reconheça que este não é o momento para "polémicas partidárias", Telmo Correia acusa o Governo de manifestar "incapacidade de antevisão" e de não saber gerir a pandemia. "O ter tardado mais 15 dias em tomar esta decisão pode ter sido tarde. Esta decisão era indiscutível, incontornável e era evidente que tinha que ser tomada", concluiu.