Política

Sondagem: só 11% dos portugueses acham que o Orçamento do Estado não vai ser aprovado

Inquérito para o “Jornal de Negócios” e “Correio da Manhã” indica que mais de 40% das pessoas culpariam os partidos de esquerda caso as negociações falhassem. E António Costa não se deve demitir se não tiver contas para 2021 aprovadas, dizem 60% dos inquiridos

Só 11% dos portugueses acha que o Orçamento do Estado pode chumbar no Parlamento, com os restantes 79% a não terem dúvidas que, com mais ou menos barulho das partes envolvidas nas negociações, no final as contas para 2021 acabarão aprovadas. Esta é a conclusão de uma sondagem da Intercampus para o “Jornal de Negócios” e “Correio da Manhã”.

O inquérito conclui ainda que 40,6% das pessoas culpariam os partidos da esquerda parlamentar - Bloco de Esquerda e PCP - caso não fosse possível chegar a um entendimento. Para 28,7% dos inquiridos, a responsabilidade deverá ser imputada ao primeiro-ministro, António Costa, enquanto 14,8% dizem que a culpa seria do PSD, e 8% culpariam todos os intervenientes pela não existência de um acordo.

Além disso, 60,4% defendem que Costa não se devia demitir mesmo que o Orçamento não seja aprovado - tal como o primeiro-ministro deu a entender numa recente entrevista à TVI, quando rejeitou acrescentar uma crise política à atual situação do país. Esta posição é contraditória ao que tinha afirmado em finais de agosto, em entrevista ao Expresso, quando deixou claro que sem Orçamento haveria uma crise política. Esta posição é entendida por 28,9% dos inquiridos desta sondagem, que admitem a demissão do primeiro-ministro caso as negociações não cheguem a bom porto.

Sobre a atuação do Presidente da República, 66,5% dos inquiridos acham que Marcelo Rebelo de Sousa "fez bem" em pressionar, e 24,8% consideram que o chefe do Estado "está a interferir demasiado" no raio de ação dos partidos e do Parlamento.

O trabalho de campo da sondagem decorreu entre os dias 6 e 11 de outubro e consistiu em 609 entrevistas a pessoas de todo o país.