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Política

O PSD faz 46 anos à procura de se reencontrar com o poder

Entre a popularidade estratosférica do Governo, uma crise económica inesperada, um Presidente da República que não dá respaldo e a sombra de André Ventura, os caminhos do PSD, que celebra hoje o seu 46.º aniversário, não são evidentes. Conseguirá Rui Rio inverter o ciclo?

RUI DUARTE SILVA

Arredado do poder desde 2015, consumido por lutas fratricidas, derrotado por números históricos em três eleições consecutivas, dissolvido por quatro dissidências com peso e significados diferentes (uma de carácter populista, uma liberal, uma institucional, através da Aliança de Pedro Santana Lopes, e ainda uma outra oficiosa, através do que resta do passismo), o PSD atravessa, paradoxalmente, o momento mais estável desde que Rui Rio assumiu a liderança do partido - neutralizada a oposição interna, escolhido o grupo parlamentar a dedo, com controlo quase absoluto da comunicação do partido, o ex-presidente da Câmara do Porto é agora dono e senhor da máquina laranja. No entanto, no dia em que celebram 46 anos de existência enquanto partido, os sociais-democratas têm razões para franzir o sobrolho: os desafios para chegar ao poder são talvez maiores do que nunca.