Política

Costa sobre equipamentos de proteção: “Claro que temos de racionalizar”

Primeiro-ministro diz que não quer "alimentar polémicas" a propósito das queixas de médicos e enfermeiros sobre a falta de equipamento de proteção. Admite que existe uma "procura universal" por este tipo de produtos, mas garante que o Governo está a encomendar o material necessário

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

António Costa continua a negar que exista falta de equipamentos de proteção para os profissionais de Saúde, apesar das queixas das Ordens nesse sentido. Durante a visita ao Hospital Curry Cabral, o primeiro-ministro disse esta quarta-feira que não quer alimentar polémicas, mas admite que é preciso racionalizar o material. "Claro que temos de racionalizar - como em tudo", afirmou António Costa em declarações aos jornalistas, garantindo contudo que o Governo está encomendar o material necessário.

"Estamos a encomendar porque é necessário, o material existe e vai-se gastando. Os stocks têm que ser mantidos. Estas encomendas que estamos a fazer é para ir assegurando o abastecimento. O material existe, é consumido e tem que ser reposto. É esse fluxo permanente que tem que existir", explicou o governante.

Questionado pelas encomendas, Costa elencou a longa lista de material adquirido: 380482 batas, 549837 fatos de proteção, 8113259 luvas esterilizadas, 10674459 luvas não esterilizadas, 368397 máscaras com viseira, 17145762 máscaras cirúrgicas, 8665775 máscaras FFP2 e FFP3, 743575 protetores de calçado e 1261492 toucas.

Admitindo que existe uma "procura universal" por este tipo de produtos, Costa realçou também que várias empresas já estão a reorientar a sua produção, começando a fabricar este tipo de produtos.

O primeiro-ministro dirigiu ainda uma palavra de agradecimento a todos os profissionais de Saúde envolvidos no combate à Covid-19 pelo seu "esforço" e "sacrifício" e insistiu que é vital manter o isolamento social e cumprir as recomendações da Direção-Geral da Saúde. "Aquilo que temos que ter é uma enorme disciplina", declarou António Costa, renovando o apelo à contribuição de todos os portugueses quando o país está a entrar na fase de mitigação da doença.

"Mantenhamos todos o Estado de Emergência, a contenção, o isolamento social e a enorme disciplina que temos tido e que temos que cada vez ter mais para evitar a expansão da pandemia. Isto é a chave de isto tudo, antes do número de ventiladores nos cuidados intensivos, do número de camas de internamento, antes dos testes", insistiu o governante, fugindo à questão sobre o número de testes que estão a ser realizados por dia.

Durante a visita ao Curry Cabral, que foi desde o início do surto um hospital de primeira linha para combater a Covid-19, Costa sublinhou ainda que a unidade poderá dedicar-se unicamente à doença. "Este hospital está preparado para poder vir a tornar-se exclusivamente um hospital Covid e centralizar aqui todos os doentes Covid e com outras patologias que estejam noutros hospitais e que também tenham Covid na região de Lisboa", explicou o primeiro-ministro, acrescentando que a unidade tem capacidade para somar 300 camas se a pandemia tiver uma "evolução muito dramática."