Primeiro, foi o estado de emergência. Agora, Marcelo Rebelo de Sousa quer forçar Mário Centeno a manter-se no Governo. Preocupado com o impacto económico da crise da Covid19 que esta semana o levou a decretar um estado de exceção no país, o Presidente da República convocou o ministro das Finanças para uma reunião em Belém na próxima segunda-feira ao meio dia, com dois pontos na agenda. O primeiro é a avaliação das consequências orçamentais da crise e das medidas que estão a ser tomadas. Mas o segundo é provavelmente o de maior importância política, é que Marcelo não quer que Centeno abandone o cargo de ministro das Finanças numa altura em que são enormes as incógnitas sobre a situação financeira internacional e a situação económica e financeira de Portugal à luz da crise.

O ministro teria combinado com António Costa sair até ao final do primeiro semestre, coincidindo com o fim do seu mandato à frente do Eurogrupo, mas nesta altura, segundo fonte de Belém, é muito importante manter estabilidade e uma forte coordenação da área financeira do Estado, o que poderia ser afetado com a alteração do titular das Finanças durante a guerra contra a pandemia. Pelas mesmas razões e a nível europeu poderá ainda estar, segundo a mesma fonte, o prolongamento até ao final do ano de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo. Até lá, o Presidente tenta condicionar uma decisão que, em última análise, caberá ao primeiro-ministro.

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