O elogio não passou despercebido. Na noite em que despachou Luís Montenegro, Rui Rio não esqueceu quem o ajudou a manter a liderança e fez “quatro agradecimentos especiais”: “Ao José Silvano, à Florbela Guedes, ao Salvador Malheiro e ao Maló de Abreu.” A inclusão da discreta assessora num lote com três altos dirigentes foi o reconhecimento da sua importância no partido: Florbela Guedes, que acompanha Rio desde a Câmara do Porto e que, nestas diretas, fez centenas de quilómetros ao lado de Silvano e Maló de Abreu, é muito mais do que uma mera responsável pela comunicação; é a sombra e a extensão do próprio líder social-democrata.
É ela quem tem a chave de acesso ao presidente do partido. E usa-a com a autoridade concedida pelo próprio: raramente atende telefonemas de jornalistas, ignora mensagens e controla todos os aspetos de comunicação do PSD, incluindo as entrevistas que podem ou não ser concedidas — e a quem. Se Rio faz gala de não se sujeitar à agenda dos media, Florbela Guedes é quem executa o plano. Apesar de discreta fora da bolha jornalística, saltou para o primeiro plano mediático na semana passada. Num e-mail enviado aos restantes 78 deputados, Rio pediu que “os contactos com a comunicação social” fossem articulados com a “dra. Florbela Guedes”. O conteúdo da missiva arrepiou muitos parlamentares, que, sob anonimato, denunciaram uma alegada “lei da rolha”; para Rio, foi apenas uma forma de sensibilizar para a importância de falar a uma só voz, em nome da “coerência” e da “eficácia”.
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