A avaria no Falcon que transportava o Presidente da República só foi detetada depois da aterragem na ilha do Príncipe, esta quarta-feira, explicou ao Expresso o tenente-coronel Manuel Costa, porta-voz da Força Aérea Portuguesa (FAP). Ou seja, Marcelo Rebelo de Sousa não aterrou de emergência por causa da falha técnica, mas o problema no trem de aterragem inviabilizou o regresso a Lisboa na mesma aeronave - e implicou que esta quinta-feira fossem enviados para São Tomé e Príncipe um C-130 com peças e mecânicos e um segundo Falcon para trazer de volta a Portugal o chefe de Estado.
A FAP dispõe de três Falcon para o transporte das altas entidades do Estado e esta avaria "inopinada" não terá que ver com a falta de manutenção - embora faça parte do protocolo uma avaliação sobre a sua origem. Segundo a mesma fonte da FAP, as manutenções destas aeronaves são realizadas conforme o planeamento do ramo, independentemente de haver ou não restrições financeiras: "Da manutenção não abdicamos, porque não abdicamos da segurança", diz ao Expresso o porta-voz do ramo. "Se não tivermos verbas para cumprir o ciclo de manutenção, as aeronaves não voam."
Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se à ilha do Príncipe para participar nas comemorações do centenário da comprovação da Teoria da Relatividade Geral, do físico alemão Albert Einstein, uma vez que foi ali que o britânico Arthur Eddington validou a teoria do austríaco sobre o encurvamento gravitacional da luz.