Vai ser uma sessão longa: em vez de votarem por bancadas, como é habitual, no dia 29 os deputados vão votar um a um uma série de projetos de lei no Parlamento. É que o assunto a discutir nesse dia será a legalização da eutanásia, que pode ser vista como uma questão de "consciência", e por isso cada parlamentar deverá assumir a sua posição sobre o tema.
A proposta foi feita pelo CDS, em conferência de líderes no Parlamento, e aceite de forma unânime pelos restantes grupos parlamentares. Aos jornalistas, o líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, explicou que este método é "o mínimo para que [os deputados] possam assumir a sua posição", num exercício de "transparência e clareza".
O CDS é, até agora, o único partido que se mostra contra a legalização da eutanásia, tendo já assumido que votará contra os projetos. A presidente do partido, Assunção Cristas, já referiu inclusivamente que não acredita que o Parlamento tenha neste momento "mandato" para legislar sobre o assunto, uma vez que, excetuando o PAN, os partidos não incluíram o tema nos seus programas eleitorais.
As propostas a favor da legalização da eutanásia que estão em cima da mesa são as do PS, BE, PEV e PAN. Mas para confirmar se há maioria na esquerda falta conhecer a posição do PCP, que tem estado a fazer uma "reflexão" e ainda não anunciou sentido de voto. O PSD, pela voz do presidente, Rui Rio, já veio dizer que dará liberdade de voto aos seus deputados.