“Todo este movimento sindical é verdadeiramente prejudicial aos trabalhadores”, afirmou a ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, referindo-se, no seu habitual das quintas-feiras à noite na TVI24, às situações existentes na Autoeuropa e nos CTT.
Em seu entender, “está-se a sindicalizar as medidas que têm que em tomadas em nome de uma boa gestão”. Algo que considera particularmente grave dada a dimensão das empresas, “que empregam muitos funcionários”.
Ferreira Leite referiu que um dos argumentos para a implantação em Portugal da fábrica da Autoeuropa e da decisão de se construir ali um novo modelo foi “a paz social”, prevendo que as próximas negociações para a construção de um novo carro “vão ser durissimas”.
Relativamente aos CTT, considerou que as medidas que estão ser tomadas devem-se à mudança estrutural no mercado, face à tremenda diminuição da correspondência escrita, e que são por isso imprescindíveis, independentemente de existir uma gestão pública ou privada. Caso contrário daqui a alguns anos “não haverá empresa”.
A economista manifestou-se ainda preocupada com a intenção expressa pela líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, de que a legislação laboral seja mudada até ao fim desta legislatura.
Ferreira Leite considera que as alterações das leis laborais, efetuadas pelo anterior Governo do PSD-CDS/PP, estão contribuir para a diminuição do desemprego e teme que novas alterações venham a reverter essa tendência. “O PS parece não estar muito interessado. O meu receio é que isto venha a ser utilizado como moeda de troca”, afirmou, relativamente a um possível entendimento como Bloco de Esquerda nesta matéria.