Ser ou não ser

Pedro Castro e Almeida: “Estamos focados na igualdade salarial no Santander. Temos um compromisso de que o 'gap' seja de 0% até 2025”

No segundo episódio do novo podcast do Expresso, 'Ser ou não ser', o responsável pela região da Europa do Grupo Santander refere que até 2025 tem o compromisso de que o “gap” salarial entre homens e mulheres seja de 0%. Pedro Castro e Almeida pretende ainda que “o banco seja uma referência no mercado de trabalho em termos de inclusão”. Enquanto líder, confessa que os temas da sustentabilidade, o levam a refletir quase diariamente. Oiça a entrevista completa aqui

NUNO FOX

Nasceu numa família ligada à Banca. O pai foi quadro do Totta e o seu irmão, Luís Castro e Almeida, lidera o BBVA em Portugal. Os genes estão lá, mas Pedro trilhou o seu caminho. Como líder, reconhece que a sustentabilidade de uma organização e de um negócio são críticas e admite que o leva a refletir quase diariamente se estão no caminho certo, se satisfazem todas as partes harmoniosamente, se podiam adotar uma estratégia diferente, ou se têm planos realistas para alcançar as metas propostas. “Quem não prepara o futuro, tem de aceitar o futuro que vier”. Diz ainda que a palavra sustentabilidade parece pouco. “Devia criar-se uma mais pujante”.

Há um ano subiu ao Kilimanjaro. Uma prova de superação. Licenciou-se em Gestão de Empresas pelo ISEG,  tendo passado também por várias escolas de negócios na Europa e nos Estados Unidos. Depois de uma passagem pela Arthur Anderson, iniciou o seu percurso no banco, onde está há 30 anos. É Presidente da Comissão Executiva do Santander, em Portugal, desde 2019. Quem com ele trabalha, garante que a juntar à exigência, competência e rigor que a gestão de grandes empresas exige, é um comunicador nato.

NUNO FOX

Em entrevista ao podcast ‘Ser ou não ser’, Pedro Castro e Almeida afirma que o Santander pretende tornar-se uma referência no mercado de trabalho em termos de inclusão. “São já, ou são só, 15 pessoas com capacidades diferentes que trabalham no banco”. Defende a educação como a arma poderosa que pode quebrar ciclos de desigualdade. Destaca dois projetos do Santander, a escola 42 — uma escola de programação gratuita - e o Tumo, uma janela para o futuro.

O Santander foi eleito, pelo segundo ano consecutivo, o banco mais responsável em Portugal, segundo o ranking da Merco ESG 2022. “Temos uma enorme responsabilidade, mas também uma enorme oportunidade de apoiar a transição verde e incentivar as empresas a serem mais sustentáveis”. No caso do Santander, no primeiro semestre deste ano, uma em cada cinco operações financeiras das empresas foi direcionada para projetos sustentáveis, no entanto, Pedro Castro e Almeida é peremptório “a banca deve ser parceira, mas não o guardião desta transição para o verde”.

O presidente do banco Santander Portugal diz ainda ser um grande desafio equilibrar o impacto social e a viabilidade económica do setor. No setor financeiro este conceito é particularmente relevante porque “se por um lado, temos a capacidade de potenciar o desenvolvimento económico, criar oportunidades e impulsionar o progresso, por outro lado, se não formos cuidadosos, pode inadvertidamente agravar desigualdades e perpetuar ciclos de disparidade e de exclusão”. Na sua opinião, uma das soluções é começar por fazer as escolhas certas. “Quando nos deparamos com ventos contrários, o desafio não está no vento, mas na direção que tomamos. Por isso, nós somos as escolhas que fazemos”.

'Ser ou não ser' é um podcast semanal sobre o mundo da sustentabilidade, da ecologia e da responsabilidade. A cada episódio, mergulhamos em tópicos relevantes, desde práticas individuais até iniciativas globais, com convidados apaixonados por este tema. Damos voz a líderes de empresas, ativistas, empreendedores e especialistas, para partilharem experiências e soluções inovadoras para um futuro mais sustentável. 'Ser ou Não Ser' é um podcast do Expresso SER, com moderação da jornalista Teresa Cotrim e o convidado residente Frederico Fezas Vital, professor e consultor na área da inovação social, impacto e empreendedorismo. A coordenação está a cargo de Pedro Sousa Carvalho.