Em maio de 2014 o grupo imobiliário do empresário Vasco Pereira Coutinho, de 71 anos, avançou para um processo especial de revitalização (PER), acumulando dezenas de milhões de euros em dívidas. O Expresso chegou a noticiar como a sua holding, a TMPL SGPS, entrou, meses depois disso, em janeiro de 2015, num acordo com os credores mediado pelo tribunal e como nesse ano o grupo de Pereira Coutinho, veio a apresentar prejuízos de 25 milhões de euros.
Um PER é um processo formal que permite a uma empresa que esteja a passar por um momento difícil, ou que se encontre à beira da insolvência, negociar com os credores para poder pagar mais tarde. Nessa mesma altura ficheiros encontrados nos Pandora Papers, uma investigação do Expresso coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), com base numa fuga de informação de 11,9 milhões de ficheiros e em colaboração com outros media parceiros, incluindo o canal de televisão LaSexta em Espanha, mostram que o empresário adquiriu uma companhia offshore em setembro de 2014 através da qual detém um iate, apenas quatro meses depois de o seu grupo ter avançado com o PER. O empresário diz que se tratou apenas da transferência de empresa e que é dono do referido iate desde 1996, tendo pago todos os impostos em Portugal.