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Orçamento do Estado

Orçamento treme com aviso de chumbo do PCP, PAN e BE. Costa tem trunfo na mão, mas preço é alto. Contas certas ou um OE aprovado?

Nunca a esquerda tinha, em seis anos, recusado à partida uma proposta de Orçamento de António Costa. Mas no Governo já havia quem dissesse, a horas do OE2022 ser entregue, que esta podia ser a vez. O Governo tem 15 dias para ceder a exigências, se quiser levar as negociações até à fase da especialidade. A proposta de Orçamento terá margem - mas o preço será alto, em despesas permanentes. Vai negociar? E até onde?

Costa já chamou Jerónimo a São Bento. Mas o PCP não viu bons sinais do Governo

Nos últimos dias o pessimismo já se tinha acentuado no seio do Executivo: horas antes da entrega do Orçamento, já havia no núcleo político do Governo quem admitisse, nos corredores, que este Orçamento podia estar em risco, porque ao contrário do que sempre aconteceu não havia a menor garantia de que houvesse votos para passar sequer da primeira votação.

Bastaram algumas horas para os receios se confirmarem: à vez, Bloco de Esquerda (sem surpresa), depois o PAN e os Verdes, por fim o PCP vieram dizer que o Orçamento como está não basta - e exigir ao Governo (muito) mais cedências até ao primeiro dia D, 27 de outubro, para que as negociações prossigam na especialidade. Dentro do Executivo, um dia atrás, as expectativas ainda se dividiam: os comunistas estariam só a fazer pressão adicional ou a ameaça era séria? Agora, já não há como duvidar.