Nos últimos dias o pessimismo já se tinha acentuado no seio do Executivo: horas antes da entrega do Orçamento, já havia no núcleo político do Governo quem admitisse, nos corredores, que este Orçamento podia estar em risco, porque ao contrário do que sempre aconteceu não havia a menor garantia de que houvesse votos para passar sequer da primeira votação.
Bastaram algumas horas para os receios se confirmarem: à vez, Bloco de Esquerda (sem surpresa), depois o PAN e os Verdes, por fim o PCP vieram dizer que o Orçamento como está não basta - e exigir ao Governo (muito) mais cedências até ao primeiro dia D, 27 de outubro, para que as negociações prossigam na especialidade. Dentro do Executivo, um dia atrás, as expectativas ainda se dividiam: os comunistas estariam só a fazer pressão adicional ou a ameaça era séria? Agora, já não há como duvidar.