Há dois anos tive a oportunidade de moderar, nas Conferências do Estoril, uma conversa entre o juiz Baltazar Garzón e Edward Snowden, um dos mais importantes whistleblowers da história recente, e que está refugiado em Moscovo.
Snowden, que entrou na conferência por Skype, não pôde assistir ao painel anterior, onde Garzón dividiu o palco com mais três juízes: António di Pietro, Sérgio Moro e Carlos Alexandre.
Na altura, havia ali uma divisão clara, apesar do aplauso conjunto da plateia: de um lado, os que tinham atravessado o Rubicão da política (o espanhol Garzón e o italiano Di Pietro); do outro, dois juízes muito populares, a braços com os processos mais relevantes das suas democracias (Sérgio Moro e Carlos Alexandre).