Maria José Morgado

“João Preto de Alma Branca”

Voltamos sempre ao mesmo nas campanhas contra o racismo e xenofobia, contra a miséria dos guetos e a violência policial, sem percebermos os efeitos da conflitualidade social, a função da repressão criminal. Há 30 anos, impressionava-me o número predominante de arguidos negros, ciganos, oriundos das barracas e bairros de má fama, estando os brancos quase sempre, na categoria das vítimas. Negro ofendido de um crime era agulha em palheiro. A facilidade da condenação não vinha da cor mas do tipo de crime, das provas simples e diretas, da culpa confessada, num código de processo penal tão neutro quanto indiferente às causas sociológicas do crime, porque a justiça jamais pode distinguir em função da cor, do credo, do sexo, da condição social, a isenção tem regras obrigatórias.

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