Entre as muitas e variadas obsessões da minha adolescência, um dia surgiu o desejo de usar óculos. Mas tive de esperar bastante tempo até obter uma receita médica declarando ser eu míope. A felicidade que o papelucho em mim provocou derivava, em parte, do facto de estar em vésperas de frequentar o curso de Filosofia da Faculdade de Letras. Ora, sabendo que o meu físico — loira e de olhos verdes — não era de molde a que os colegas me levassem a sério do ponto de vista intelectual, escolhi uns óculos enormes: não queria ser vista como uma ‘betinha’, uma coisa que, como não tardei a perceber, era impossível de remediar.
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