A vitória do PS nas europeias só parece estrondosa porque estrondosa foi a derrota da direita. 33%, a poucos meses das legislativas, não é uma rampa de lançamento para a maioria absoluta. Qualquer possibilidade de governar com acordos pontuais à esquerda e à direita ficou muito difícil. A catástrofe que se abateu sobre o PSD e o CDS não é pequena. O CDS só não é ultrapassado pelo BE na Madeira, fica atrás do PAN no Algarve e em Setúbal e é por pouco que isso não acontece em Lisboa e no Porto. O PSD teve o pior resultado de sempre em votos e percentagem, ficando atrás do Bloco em Setúbal e Beja. Mesmo que recupere alguma coisa, Rui Rio tem os dias contados. E quem vier para o seu lugar virá para fazer oposição aberta a Costa. A derrota do PCP não é menos aparatosa. Apesar de ficar em segundo nos seus bastiões, é o quarto partido em cinco distritos e o sexto, atrás do PAN, em sete, sendo um deles o Porto. E há um padrão para prever o que acontecerá em outubro: a CDU teve sempre mais percentagem em legislativas do que nas europeias seguintes. Adivinha-se uma tragédia. Não me parece que depois disto o PCP esteja disponível para aventuras a dois, deixando um Bloco em crescimento à solta.
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