O secretário de Tesouro (equivalente a ministro das Finanças) americano Scott Bessent fez na terça-feira um anúncio de surpresa: os EUA estão prontos para apoiar financeiramente a Argentina. O peso estava sob intensa pressão, com o banco central da Argentina a ter de gastar mais de mil milhões de dólares de reservas em apenas três dias na semana passada a comprar pesos para evitar que a sua moeda perdesse valor. Só sobram cerca de 20 mil milhões de dólares de reservas nos cofres do banco central, pelo que não podia fazer isto durante muito mais tempo. Já os EUA, claro, têm milhares de milhões disponíveis. Bastaram as palavras de Bessent para que quem estava a vender os pesos antecipando a desvalorização deixasse de o fazer. Uma crise financeira argentina no horizonte próximo dissipou-se. O que esteve por trás desta invulgar opção política americana?
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Gringos nas pampas
O apoio dos EUA ao Governo argentino não surpreendeu: está em linha com a nova ordem internacional. Mas não deixa de ser extraordinário quanto mudou o mundo em tão pouco tempo