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Opinião

Agenda anticorrupção – outras medidas merecem (re)consideração

Esta é a medida mais emblemática da Agenda no combate à corrupção, aproveitando uma nova diretiva europeia que teremos de transpor para ultrapassar problemas de inconstitucionalidade, que no passado frustraram várias tentativas de criminalização da detenção de património sem justificação conhecida, prescindindo da prova de um crime subjacente

No passado dia 20 de junho, o Governo apresentou uma Agenda Anticorrução com 32 medidas “que reuniram amplo consenso”, após “ouvidos todos os grupos parlamentares, bem como as entidades públicas relevantes na prevenção e combate à corrupção e organizações da sociedade civil”, conforme se pode ler no sumário executivo disponibilizado. Fica, assim, cumprido o compromisso assumido pelo Primeiro-ministro nesta matéria durante o seu discurso de tomada de posse. No sumário é ainda destacado que a Agenda foi “elaborada a partir do Programa do Governo e à luz desse diálogo”, que permitiu a inclusão de outras medidas “pertinentes e relevantes para o fim pretendido”.

As medidas apresentadas são para “iniciar de imediato, sem prejuízo de outras a desenvolver ao longo da legislatura, incluindo a preparação e aprovação de uma nova Estratégia Nacional Anticorrupção para o período 2025-2028, após devida avaliação dos resultados da Estratégia 2020-2024”. Estamos, portanto, apenas perante o início de um processo mais amplo de novas políticas neste domínio.

Abaixo destaco, dentro de duas perspetivas diferentes, várias medidas que ficaram fora da Agenda e poderão também gerar consenso, devendo ser (re)analisadas para inclusão em novas rondas de discussão.