Na espuma dos dias, muito se tem falado na atuação do Ministério Público no plano nacional.
Confesso, desde já, que apesar de desafiante e complexo, não é esse o tema que hoje aqui me traz, ciente que estou que para lá das nossas inquietantes questões internas, é importante termos sempre presente a premissa maior, isto é, a da nossa pertença ao projeto europeu, sobretudo, permitam-me, em vésperas de mais umas importantes eleições para o Parlamento de todos nós, cidadãos europeus, naquelas que talvez, arriscar-me-ia mesmo a dizer, constituirão as mais relevantes de sempre na história da União Europeia, porquanto vividas num tempo em que se assiste a uma deriva contínua, perigosa, silenciosa e autofágica, em resultado da proliferação de movimentos xenófobos e autoritários, sob a preocupante veste de partidos alegadamente normalizados pelo próprio “sistema” e que corroem, implacavelmente, um pouco por toda a Europa, em maior ou menor intensidade, os alicerces das nossas instituições democráticas.