Introdução
As redes sociais são um aspecto recente da sociedade contemporânea. O Facebook nasceu há 17 anos (embora a designação de «rede social» tenha surgido, com outro significado, meio século antes). Surgida numa época de sistematicidade da fraude e ampliando o espaço de comunicação dos cidadãos, independentemente da sua localização geográfica, não é de espantar que se tenha tornado num instrumento de concretização de fraudes e numa ferramenta de trabalho do crime organizado. Não pela sua natureza ou pelo maquiavelismo dos seus dirigentes, mas pelo próprio contexto em que cresce. Antes de tudo pelo seu sucesso, pois tem mais de 2,5 mil milhões de utilizadores e comprou o Instagram e o WhatsApp.
Com características de crescimento e desenvolvimento totalmente diferentes o Google é a outra grande instituição da Internet, inserindo-se no mesmo contexto social. Segundo a Wikipedia
«O rápido crescimento do Google desde sua incorporação culminou em uma cadeia de outros produtos, aquisições e parcerias que vão além do núcleo inicial como motor de buscas. A empresa oferece softwares de produtividade online, como o software de e-mail Gmail, e ferramentas de redes sociais, incluindo o fracassado Google+ e os descontinuados Google Buzz e Orkut. Os produtos do Google se estendem à área de trabalho, com aplicativos como o navegador Google Chrome, o programa de organização de edição de fotografias Picasa e o aplicativo de mensagens instantâneas Google Talk. Notavelmente, o Google também lidera o desenvolvimento do sistema operacional móvel para smartphones Android.»
Este contexto defraudador foi potenciado pela actuação da Cambridge Analítica e a sua crescente importância na política e na expansão do populismo, castrador das liberdades públicas, que tende a fazer ressaltar os aspectos negativos do Facebook e do Google (nomeadamente o terrorismo e as notícias falsas). No entanto as redes sociais têm um vastíssimo conjunto de aspectos positivos que é fundamental salientar.
Como dizemos frequentemente, contra factos não há argumentos, pelo que há que recorrer a um controlo da sociedade politicamente organizada sobre o funcionamento destas redes sociais. A pergunta que se levanta é: como?
São, como o mostra exactamente alguns aspectos da resposta a esta pergunta que procuraremos abordar nesta crónica.