Não há nada a fazer. Este texto é sempre e inevitavelmente escrito em causa própria. Já escrevi sobre o assunto outras vezes: antes da pandemia e quando se iniciou o debate sobre o apoio de emergência. Começo pela pergunta que já se tinha de fazer antes do novo coronavírus: tendo em conta o modelo de negócio que hoje existe e aqueles que se conhecem, a imprensa tem condições para sobreviver? Não. Com plataformas como a Google e o Facebook a devorarem 70% da publicidade às cavalitas dos conteúdos produzidos por terceiros e quase sem pagarem impostos, não há como fazer a migração necessária de forma rentável.
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Apoio à comunicação social: um vespeiro necessário
Somou-se a faturação em publicidade e em venda em banca no segundo trimestre de 2019 e cada um recebeu na proporção dos 11 milhões distribuídos. O que foi prejudicado, em tempo de pandemia, foram as vendas, por causa do encerramento de muitos quiosques e o confinamento das pessoas, e a publicidade, por causa da crise no mercado publicitário. Não houve quebra de assinaturas ou de audiências