Os três administradores não executivos da NOS ligados a Isabel dos Santos abandonaram a operadora. A empresa perde, assim, o presidente da sua administração, Jorge de Brito Pereira.

"O Dr. Jorge de Brito Pereira, Dr. Mário Filipe Moreira Leite da Silva e Dra. Paula Cristina Neves Oliveira apresentaram hoje, ao conselho fiscal, as respetivas renúncias aos cargos de membros não executivos do conselho de administração desta sociedade", indica um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A saída ocorre depois das notícias em torno do Luanda Leaks, a divulgação de informação sobre os negócios em torno de Isabel dos Santos no passado domingo. Jorge de Brito Pereira é o advogado que trabalha com a empresária angolana e que está na liderança das assembleias-gerais de várias empresas do seu universo. Mário Leite Silva é o gestor que assume a liderança de várias empresas, sendo que Paula Oliveira é também próxima da filha do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Depois das notícias em torno de Isabel dos Santos, o comité de ética da NOS pediu para ouvir estes membros do seu conselho de administração, como noticiou o Jornal de Negócios esta quarta-feira. As audições iriam ocorrer na próxima segunda-feira, 27 de janeiro. Contudo, antes dessas reuniões, há mesmo a saída destes membros.

O conselho de administração da NOS, que tinha 11 elementos não executivos (fora da gestão diária), passa assim a ter apenas oito membros não executivos. Entre eles, sai o presidente da administração.

A NOS não é a única empresa a sentir os efeitos do Luanda Leaks.

A saída de Mário Leite Silva ocorre depois de ser divulgado que também renunciou à presidência do Banco de Fomento Angola.

Também no Eurobic já saíram os administradores ligados a Isabel dos Santos. Entretanto, o Eco noticiou também que Jorge de Brito Pereira saiu da presidência da mesa da assembleia-geral do Eurobic.

A NOS é detida, em 52,15% pela Zopt, uma empresa criada em parceria por Isabel dos Santos e a Sonae (cada um tem 50% do capital). Os outros acionistas com participações qualificadas são a o MSF Investment Management e o Norges Bank, ambos com posições acima de 2%. O restante capital está disperso por outros acionistas.

(Notícia atualizada às 18.01 com mais informações)