As perguntas foram feitas, mas isso não foi suficiente. Antes da divulgação do Luanda Leaks, quando foram confrontadas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), as três grandes consultoras internacionais que trabalharam com Isabel dos Santos na Sonangol recusaram esclarecer os contornos da relação estabelecida com uma misteriosa companhia offshore no Dubai usada como intermediária nos pagamentos de serviços de consultoria prestados à petrolífera estatal angolana. As explicações que deram na altura foram curtas e evasivas.
Até hoje, mais de um ano depois do lançamento do Luanda Leaks e com inquéritos-crime em curso em Angola e em Portugal relacionados com o fluxo de dinheiro desviado para o Dubai, a PricewaterhouseCoopers, a Boston Consulting Group (BCG) e a McKinsey não divulgaram nem quanto é que receberam através desse esquema nem a troco do quê exatamente. Essas respostas ficaram em branco.