Internacional

Vídeos pedófilos levam a centenas de detenções

Uma das maiores investigações internacionais sobre redes de pedofilia a partir da internet permitiu deter 341 pessoas e salvar centenas de crianças. 

A polícia canadiana anunciou que 341 pessoas foram detidas e 386 crianças salvas, no âmbito de uma investigação internacional sobre uma rede de pedofilia que se estendia do Canadá a 50 países, entre os quais Estados Unidos, Austrália, Espanha, México, Noruega e Grécia.

A descoberta de centenas de milhares de vídeos de atos sexuais com crianças muito novas foi crucial na investigação. Os investigadores referiram ter ficado extremamente chocados com as cenas que surgiam nos vídeos, considerando ser das piores com que alguma vez se confrontaram.

Os vídeos incluem rapazes nus da Alemanha, Roménia e Ucrânia e eram apresentados como filmes naturistas pela empresa de Toronto Azov Films, de modo a poderem ser legais no Canadá e Estados Unidos.

Estabelecida em colaboração com a Interpol, a investigação foi uma das maiores realizadas no campo de redes de pedofilia através da internet. Foi iniciada em 2010 e um ano depois seriam apreendidos computadores e servidores da Azov Films, a partir dos quais se descobriram os tentáculos internacionais da rede.

Empresa instruía pessoas a criarem vídeos com crianças

A polícia afirma que Brian Way, de 42 anos, que supostamente geria a empresa desde 2005, instruiu pessoas dos mais diversos pontos do mundo a criarem os vídeos, com crianças dos cinco aos 12 anos de idade, que depois distribuía.

No Canadá foram detidas 108 pessoas, 76 nos Estados Unidos, e seis na Austrália. Para além das polícias destes países, as investigações foram ainda desenvolvidas em colaboração com as da Suécia, Espanha, México e África do Sul.

"Este é um crime que estava escondido e que sem este tipo de operação não o conseguiríamos desvendar", referiu Luis Garcia, inspetor responsável pelo operação em Espanha, onde 42 pessoas foram investigadas e 19 crianças resgatadas.

Segundo a polícia de Toronto, entre os detidos constam 40 professores, nove médicos e enfermeiros, 32 voluntários de trabalho com crianças, seis agentes de autoridade, nove pastores ou padres e três pais adotivos.