A 5 de julho de 2024, Keir Starmer surgia em frente ao número 10 de Downing Street, apoiado numa maioria histórica: 411 dos 650 deputados da Câmara dos Comuns do Reino Unido. A palavra de ordem era “mudança”, mas, tal como a inesperada chuva torrencial que caiu sobre Londres nesse dia, o contexto favorável não tem bastado para escapar à turbulência.
Muitos britânicos, exaustos após anos de instabilidade sob governos conservadores e a saída da União Europeia, viam no Partido Trabalhista uma hipótese de devolver rumo e estabilidade ao país. Passados doze meses, a promessa diluiu-se entre recuos, divisões internas e desilusão popular.