As manifestações antirracistas de quarta-feira, em resposta à semana de violência, caos e bullying de extrema-direita contra as comunidades imigrante e muçulmana no Reino Unido, foram um tónico no clima de medo dos últimos dias. Estava prevista mais uma noite de violência e seis mil polícias foram mobilizados para 100 pontos do país, mas quem saiu à rua foram dezenas de milhares de pessoas, que mostraram apoio às minorias étnicas do país.
Contudo, o ambiente tenso entre a extrema-direita xenófoba e o Governo britânico mantém-se. Já foram detidas 500 pessoas e pelo menos quatro pessoas foram condenadas por crimes de incitamento ao ódio, agressão e participação em motins, com as autoridades britânicas a mostrarem menos tolerância com os extremistas.
Esta quinta-feira, estão previstas mais ações, tanto pela extrema-direita como por organizações e grupos de defesa de direitos humanos. Para trás, ficou o ataque a uma festa temática numa escola de dança, no qual um adolescente matou três crianças e feriu outras oito.
Uma das crianças mortas no ataque de 29 de julho passado, em Southport, no noroeste de Inglaterra, perto de Liverpool, era portuguesa. Entre a comunidade portuguesa e lusófona, existe apreensão pelo estado de alerta no país, embora consiga passar mais ‘despercebida’. Em entrevista ao Expresso, Diogo Costa, autarca português na região de Londres, explica que “a comunidade de Portugal, a comunidade mais branca, talvez não tenha tantos problemas com os protestos”, porque consegue passar por “branca e inglesa”.